God Bless America
Direção: Bobcat Goldthwait.
EUA, 2011.
Baixe aqui: http://filmeshunter.com/
Trailer
Politicamente incorreto, mordaz, dotado de um humor negro irresistível. Alguns críticos acusaram este filme de fazer uma apologia à violência. Em tempos de massacres no cinema, voltamos a eterna pergunta: o que veio primeiro, o ovo ou a galinha? Será um filme capaz de estimular a violência ou nossa sociedade é que vive imersa na intolerância e na incapacidade do exercício da empatia?
O filme "Batman Ressurge" seria o responsável pelo massacre que aconteceu em uma sala de cinema norte-americana, na última semana? Marilyn Manson seria o responsável pelo massacre em uma escola em Columbine, em 1999, já que os executores eram seus fãs?
Somos impelidos a estabelecer culpados, afastar nossa própria responsabilidade. Ligamos a TV e aceitamos o veredicto. Delegamos à mídia nossa capacidade de pensar. E assim mudando de canal, evitamos pensar.
"God Bless America" nos apresenta o pior da sociedade ocidental, dita "civilizada". Ridiculariza seu estandarte de liberdade. Liberdade essa, encoberta pela manipulação da mídia, pelo consumismo e por uma educação doutrinadora e segregatória. Em uma ação catártica, o filme massacra a mediocridade, a falta de educação e a sociedade do espetáculo.
Assisti, adorei e não sai da sessão distribuindo violência.
Deixarei que o protagonista, o serial killer Frank, faça o convite à sessão:
Meu nome é Frank. Mas isso não é importante. O que importa é: quem são vocês? A América se tornou um lugar cruel e corrompido. Nós recompensamos o que há de mais superficial, mais estúpido e mais barulhento. Não temos mais senso de decência, de vergonha, de certo ou errado. As piores qualidades nas pessoas é o que nos chama atenção e atrai. Mentir e espalhar o medo é bom. Contanto que se ganhe dinheiro. Nos tornamos um país de traficantes de ódio e injustiça. Nós perdemos a nossa bondade. Nós perdemos a nossa alma. O que nos tornamos? Pegamos os mais fracos da nossa sociedade, ridicularizamos e rimos deles por puro entreterimento. Rimos deles até o ponto em que prefiram se matar do que continuar vivendo conosco.
"Por que a civilização não está mais interessada em ser civilizada?"