sábado, 2 de abril de 2011

Civilizados X Bárbaros

De 1929 até a sua morte, o desenhista Hergé produziu "As Aventuras de Tintin". Hoje, muitas de suas estórias nos causam estranhamento e mal estar pelo tom preconceituoso de alguns HQs, mas não podemos pensar a obra a partir de nossas questões e crucificá-la. É muito mais interessante debatermos o porquê desses elementos estarem presentes ali. Tomarei novamente essa discussão em outro momento. Por hora, separei uma tirinha em que o "darwinismo social" aparece de forma crítica e clara. Nela, a missão filantrópica que as "civilizações" julgam ter em relação aos "povos bárbaros" é expressa com maestria.






Hergé. As aventuras de Tintin - o loto azul. Rio de Janeiro: Record, p.6-7.


2 comentários:

Emanuel disse...

Eu tenho profundo carinho pelas Aventuras de Tintin, pela arte, pelo trabalho do Hergé, pelo cuidado de suas pesquisas. Mas... Acho que estou precisando reler as histórias com mais acuro.
Até onde lembro, o Tintin nunca foi afeito ao darwinismo social, sendo, como nessa tirinha, avesso ao preconceito. Tomemos isso como uma crítica do Hergé? Ou estaria eu enganado?

Isis Castro disse...

Oi, querido Emanuel! Bom te ver por aqui. Então, a primeira frase refere-se a polêmica gerada pelo HQ "Tintin no Congo". Não sei se vc está acompanhando: http://www.ionline.pt/conteudo/118054-julgamento-tintin-no-congo-marcado-30-setembro. A leitura desta obra causa estranhamento ao jovem leitor que não possui um contato anterior com o trabalho do artista, ao contexto e às questões presentes naquela sociedade. Imagino ser este o caso dos meus jovens alunos do Cefet. Embora, o anacronismo pautado na leitura das obras do passado com a visão dos nossos dias não é exclusividade da juventude (rs). Lembrando que esse estranhamento é maior nas obras da década de 30 e 40.
O "darwinismo social" é uma possibilidade de leitura clara na tirinha acima, tornando este material uma excelente fonte.

Postar um comentário