terça-feira, 31 de maio de 2011

3ª Olimpíada Nacional de História

A Olimpíada Nacional em História do Brasil aceitará inscrições de equipes até a primeira semana de agosto. Os alunos devem expressar seu interesse até sexta-feira, dia 17 de junho, enviando mensagem com o nome e a turma para o e-mail isis@timoteo.cefetmg.br. Assim, poderemos selecionar as equipes a tempo da inscrição.




O Museu Exploratório de Ciências - UNICAMP recebe desta segunda-feira até 9 de agosto, em sua página na internet, as inscrições para a 3ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB). Composta por cinco fases online e uma presencial, a competição envolve professores e alunos na resolução dos problemas propostos, com o objetivo de estimular o conhecimento e o estudo, despertando talentos e aptidões. A primeira fase da competição começa dia 15 de agosto. A fase presencial acontece no dias 15 e 16 de outubro, na Universidade Estadual de Campinas.
Podem participar estudantes regularmente matriculados no 8º e 9º anos do ensino fundamental e demais séries do ensino médio, de escolas públicas e privadas de todo o Brasil. Para orientar a equipe, composta por três estudantes, é obrigatória a participação de um professor de história. A taxa de inscrição é de 20 reais para equipes de escolas públicas e 40 para equipes de escolas particulares.
Como nas edições anteriores, o Museu custeará com o apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da empresa Azul Linhas Aéreas Brasileiras, a vinda de uma equipe de cada estado brasileiro para participar da fase presencial. Após a final da Olimpíada, os professores responsáveis por essas equipes permanecerão na Unicamp para realizar capacitação de uma semana.
A ONHB premiará escolas, alunos e professores, com medalhas de ouro, prata e bronze e certificados de participação. A escola receberá doação de livros para o acervo da biblioteca e a assinatura da Revista de História da Biblioteca Nacional por um ano.

Sobre:
A Olimpíada Nacional em História do Brasil é uma realização do Museu Exploratório de Ciências – UNICAMP, concebida e elaborada por historiadores e professores de história do MC e da universidade. Como proposta, os participantes têm a oportunidade de trabalhar com temas fundamentais da história nacional e de conhecer de perto as práticas e metodologias utilizadas pelos historiadores.
O evento é patrocinado pelo CNPq e conta com o apoio da Revista de História da Biblioteca Nacional, da Azul Linhas Aéreas Brasileira e da TV Globo.
A 1ª Olimpíada, realizada em 2009, inscreveu mais de 16 mil participantes e reuniu cerca de duas mil pessoas na final presencial realizada na Unicamp, nos dias 12 e 13 de dezembro. No ano passado, a 2ª edição cresceu exponencialmente, tendo grande alcance nacional com mais de 43 mil participantes. A estimativa dos organizadores para 2011 é triplicar a quantidade de participantes.




segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Onda...

             Meus queridos  

Trecho do filme "A Onda" (2008),
de Dennis Gansel.
            Ainda estamos marcados pelo debate do filme "A Onda" (2008) e pelas reflexões suscitadas pelo último estudo dirigido... Que aliás estão muito bons! Tão bacanas que gostaria de continuar nossa conversa, mas agora sem a pressão do tempo e a claustrofobia causada pelos muros do CEFET. rs Então, convido-os a continuar nossa conversa aqui. Agora sim, com toda a indicação de filmes e reportagens que falei em aula. 
  
            Em 1949, Hannah Arendt  afirmou “A derrota da Alemanha nazista pôs fim a um capítulo da história” (ARENDT, 1990, p.339). Segundo o historiador Francisco Carlos Teixeira da Silva (2008), os atos de violência praticados por grupos neonazistas na França e na Alemanha, no ano de 1991, desmentem as projeções de que os fascismos seriam movimentos aprisionados ao passado. Não precisamos ir tão longe, em abril de 2010, partidários do Movimento Nacional Socialista realizaram um protesto contra as recentes manifestações em favor de leis mais brandas e anistia de imigrantes ilegais, na cidade de Los Angeles. Empunhando bandeiras dos EUA com a suástica, gritavam palavras de ordem como “Sieg Hiel!” – Salve Vitória! - saudação usada pelos correligionários de Hitler (Ver reportagem aqui).  Em abril desse ano, grupos neonazistas brasileiros organizam protesto na Avenida Paulista em favor do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que proferiu uma série de comentários ofensivos direcionados aos negros e aos homossexuais (Relembre a polêmica). Essa série de protestos foram transformados em um documentário disponível neste site.
A Juventude Hitlerista
            O processo de globalização anda lado a lado com a necessidade de criação de laços identitários locais. Os indivíduos descentrados em uma cultura global buscam nos grupos o sentido de comunidade que foi perdido em um mundo que valoriza o indivíduo e não aceita a diferença. Esse processo não é recente. Intelectuais como Hobsbawm, Said e Arendt, por exemplo, irão perceber, por caminhos diferentes, a importância do Imperialismo como o gérmen de um novo mundo globalizado. E o historiador Francisco Carlos Teixeira (2008) perceberá na ascensão do nacional-socialismo na Alemanha a mesma necessidade de criar identidades a partir de vínculos comunitários. Segundo ele, o movimento nazista nega a herança de 1789, julgando-a responsável pela desagregação dos indivíduos - a origem de todos os males. A partir da criação de um passado ideal - o medieval, o totalitarismo alemão reforçaria a idéia de uma coesão nacional.

Propaganda a favor da eugenia (EUA).

A intolerância com a diferença também não é uma novidade dos últimos anos. A valorização do indivíduo acompanhou o surgimento de uma história universal e longe de serem incompatíveis, são lados diferentes de um mesmo processo iniciado com a Revolução Francesa, o da história como evolução da Humanidade. No início do século XX, a maioria dos países pesquisou formas de controlar e acelerar os desígnios da História, a eugenia tornou-se uma importante ferramenta, usada na Suécia, nos EUA, na URSS, na Alemanha e, inclusive, no Brasil. Debates sobre a validade das teorias de Lamarck e Mendel movimentaram os cientistas, médicos e intelectuais da época. O documentário "Homo Sapiens 1900", do diretor Peter Cohen, apresenta com êxito essas questões.
 

Propaganda Nazi. Segundo o regime de Hitler, em 60 anos a população alemã
passaria a ser constituída, por 80% de indivíduos “socialmente inferiores”.
Para o evitar, a solução passava por impedir que procriassem.

 Na modernidade, o Estado assumiu a função de um jardineiro, que tinha como tarefa separar as plantas úteis das ervas daninhas e cultivar as boas sementes, planejando seu crescimento (BAUMANN, 1998). O resultado traumático das políticas de planejamento social na Alemanha não precisa ser apresentado.

Holocausto: para não esquecer.
As sentenças canonizadas de que o nazismo dizia respeito ao passado e que o Holocausto estava vinculado exclusivamente à história judaica (BAUMANN, 1998; HUYSSEN, 2000) são colocadas em xeque. Pesquisas sobre a perseguição a outros segmentos marginalizados da sociedade renovam a discussão, distanciando-se de uma abordagem que entendia o Holocausto como uma patologia dirigida a um grupo especifico e confinada ao tempo e espaço. O Holocausto passa a ser visto como o reverso da sociedade moderna. A efervescência dos movimentos neonazistas, inclusive no Brasil, apontam que ainda estamos marcados pelas noções de civilização, progresso e evolução, que parecem persistir mesmo após o impacto da I e II Guerra e a Queda do Muro de Berlim.


Seguem abaixo, trechos do documentário "Homo Sapiens 1900", do diretor Peter Cohen. Ele estava naquela lista de filmes que levei para a votação, lembram?





  
Como falei nas últimas aulas, o filme "A Onda" (2008) basea-se na história do Prof. Burt Boss, que realiza uma experiência pedagógica bem arriscada em uma escola na Califórnia, nos EUA. A experiência do docente virou livro e ganhou duas versões audiovisuais: uma assistimos no auditório, ambientada na Alemanha nos dias de hoje; a outra, uma produção norte-americana do ano de 1981. (Leia mais aqui).  No Youtube, vocês podem assistir a versão do curta-metragem de 1981, dublada para o português. 




Referência bibliografica:
ARENDT, Hannah.  As Origens do Totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e Holocausto. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1998.
HOBSBAWM, Eric J. A Era dos Impérios. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
HUYSSEN, Andreas. Seduzidos pela memória. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2000.
SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. Os fascismos. In: FERREIRA, Jorge; REIS FILHO, Daniel Aarão; ZENHA, Celeste. (Orgs.). O século XX. O tempo das crises: revoluções, fascismos e guerras. 4. ed. V. 2. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.


Imagens sobre a eugenia disponíveis em: 

Por Isis Castro

sábado, 28 de maio de 2011

Os ratos na mira de Pereira Passos

Meus caros,
segue a dica de um curta-metragem bem legal sobre o Rio de Janeiro no início  do século XX. Tudo aquilo que discutimos nas aulas sobre a Reforma Pereira Passos, a presença incômoda dos cortiços na cidade e a Revolta da Vacina pode ser vista nesse filme. O protagonista é um jovem imigrante, um bom mote à reflexão.

Confiram!

Rattus Rattus

Sinopse: Rio de Janeiro, 1904. Um imigrante de 12 anos descobre uma maneira inusitada de ganhar dinheiro: caçando ratos. É que para combater a peste bubônica, o Diretor Geral de Saúde - Oswaldo Cruz, promove uma campanha de erradicação dos roedores pagando por cada animal capturado. Na época o Rio era a capital do Brasil, onde o prefeito Pereira Passos promovia um verdadeiro "bota-abaixo", transformando o centro da metrópole num imenso canteiro de obras. Nesse cenário devastado acompanhamos a perseguição de Heitor, o caçador que se percebe caça.
Um filme de Zé Brandão produzido no Copa Studio.


O sistema de feitorias: a África e a escravidão

O trafico atlântico utilizou-se como ferramenta de um eficiente sistema de feitorias na costa africana. Sua função principal era realizar o comércio com os chefes dos reinos e tribos locais, facilitando e dinamizando a venda de escravos. Graças ao sistema de feitorias que foi consolidado um intenso comércio de escravos para as Américas.


As constantes guerras entre os povos da África tornava instável o lugar ocupado atores envolvidos nesse comércio. Um povo responsável pela venda de escravos podia a qualquer momento torna-se a própria "mercadoria", quando derrotado por outra comunidade.


No vídeo abaixo, o diplomata Alberto da Costa e Silva fala sobre as diferenças entre escravidões africanas e brasileiras.




Dicas de leitura:

SILVA, Alberto da Costa e. A África e a escravidão de 1500 a 1700. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.

MAESTRI, Mário. História da África negra pré-colonial. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1998.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A mostra CineDocumenta invade o CEFET-MG

Queridos
Na próxima quinta-feira (19/05), as 19hs, o Campus Timóteo do CEFET-MG abrigará uma das sessões da 8ª Mostra de Cinema Documentário de Ipatinga - o CineDocumenta, que acontece entre os dias 16 e 22 de maio de 2011. Inspirado no título de uma das obras mais famosas de João Ubaldo Ribeiro, o tema do CineDocumenta deste ano é "Viva o Povo Brasileiro", um convite à reflexão sobre a constante reinvenção de nossa identidade. Sem mascarar as mazelas de nossa sociedade - enfoque tradicional nas produções cinematográficas nacionais -, as obras selecionadas para esta edição colocarão no centro do debate a alegria de viver, o humor crítico e as maneiras alternativas de reconstruir o cotidiano.
Convido a todos a participarem conosco dessa reflexão.
Por favor, divulguem o evento para que ele continue a se realizar com sucesso.
Sessão do CineDocumenta no CEFET-MG
Data: 19/05
Horário: 19hs
Local: Auditório do Campus Timóteo (CEFET-MG)
Endereço: Av. Amazonas 1193 - Vale Verde - Timóteo - MG
Aberto ao público.
Entrada Gratuita.


O Brasil dos Bandeirantes
Direção: Ricardo Nunes Vargas
Duração: 15 min
Cidade: São Paulo
SINOPSE: Uma visão sobre as origens do Brasil através da cidade de São Paulo, uma das maiores metrópoles do mundo. A relação de seus habitantes com a origem dos bandeirantes, homens que trilharam o interior do país delimitando fronteiras.


Os Japoneses no Vale do Ribeira
Direção: Chico Guariba
Duração: 40 min

Cidade: São Paulo
SINOPSE: O documentário "Os Japoneses no Vale do Ribeira" mostra como os imigrantes e seus descendentes ajudaram a reconstruir uma região que parecia abandonada à própria sorte. Através dos depoimentos das pessoas que viveram essa trajetória, descobrimos as dificuldades e problemas que enfrentaram em uma terra que era muito diferente ao que estavam acostumados. Mas também compreendemos a intensa e apaixonada relação que se criou entre os japoneses e a terra que tanto lhes deu em troca. Uma homenagem e uma exaltação a uma história que é antiga, mas que a cada geração se fortalece e se transforma.


Mais informações: www.cinedocumenta.com.br

domingo, 1 de maio de 2011

Hamlet e a Idade das Trevas

Os personagens da tirinha do Hagar são vikings, povo que vivia na região da Escandinávia, no norte da Europa. Nos séculos VIII e IX, provavelmente pressionados pelo aumento populacional, os vikings invadiram, pilharam e ocuparam a costa norte da Europa.

BROWNIE, Dik. "O Melhor de Hagar, o Horrível 3". Porto Alegre: L&PM,
2007, p.58.
Na tirinha acima, o Hamlet (filho de Hagar) lamenta viver em uma época de guerras e insegurança e comete um anacronismo ao usar o termo "Idade das Trevas" por volta do ano 1000. Por que?